ruídos de comunicação e infragilidades

Outro dia estava com duas amigas num bar, quando uma delas, virou-se para o namorado, ao derrubar o garfo no chão e falou assim, “lânguida” (usando a palavra no bad mode): “aaaaaaaaaai, amoooor, pega o gaaaarfo pra miiiiim...” e o moço, mais que apressadamente, tratou de salvar a donzela do perigo, pegando o pobre garfo que havia caído no chão. Não satisfeita, a moça ainda pediu ao moço, que colocasse sal na sua batata frita, sempre assim, lâaaaaaaanguida (no mal sentido). Podem imaginar a cara que eu e a outra amiga ficamos? Fala sério! Essas coisas não se faz em público, né? Nós, do sexo que-não-é-mais-frágil desonrando a classe! Rsrsrs
Essa cena rendeu assunto e rendeu ainda uma espécie de sigla para quando estivéssemos pegando muito pesado na auto-suficiência, sabe? Porque é verdade; hoje em dia, a maioria das minhas amigas, são ultra auto-suficientes; o garfo caiu, abaixa, pega e ainda chama o garçon de “amigão” pra trazer outro. E reclama da “breja” que não tá tão gelada.
Não sei se o mundo ficou ao contrário, mas a questão é essa, a gente se desapegou e os meninos têm reclamado. Numa outra conversa de bar, agora com alguns meninos, eles fizeram menções à esse respeito; que as mulheres “auto-suficientes” assustam e eles não sabem mais como agir, enquanto nós, deste lado, vivemos reclamando - sem que ninguém nos ouça, claro - que não existem mais homens que nos colocam pro lado de dentro da calçada, sacam? “Ruído de comunicação”, como diria uma outra amiga auto-suficiente...